Quando se trata de quem somos, podemos entender que somos um Espírito, que é o sopro da vida, que possuiu uma Alma que é o centro das nossas emoções e desejos, habitantes em um Corpo físico por um tempo cronológico e incerto. Alguém até já comparou o ser humano a um microcomputador que é composto de hardware (componentes físicos comparável ao corpo), de software (programa análogo à mente humana) e a energia elétrica (comparável ao espírito) que o faz funcionar, observando-se que o ser humano é incomensuravelmente mais complexo e valioso do que o mais potente computador já fabricado.
O Espírito quer ser imortal. A Alma quer os prazeres da vida e teme a morte porque sabe que os prazeres acabarão. E, o corpo, através dos seus cinco sentidos, é o que proporciona a realização dos desejos e vontades da Alma e pode satisfazer os anseios do Espírito.
Na verdade, tudo já vem configurado de fábrica em seu sistema operacional e os programas que a Alma (mente) recebe durante toda a vida podem contribuir para o crescimento do ser ou para a sua limitação.
A cada área da nossa vida tem que ser dada a devida atenção, a fim de que não haja um desequilíbrio, que sempre acaba prejudicando o todo.
O Corpo precisa do alimento saudável, do exercício físico, do asseio e todo o cuidado necessário que mantenha o seu vigor. Já o Espírito, precisa adorar algo superior aos nobres mortais que lhe preencha um espaço vazio do seu ser. Exemplo disso, são os adoradores de bens materiais, de celebridades, do trabalho, de times de futebol, de bebidas alcoólicas e entorpecentes, de familiares, de si mesmos e tantos outros “deuses” que parecem tampar esse vão. A própria criança já aprende desde cedo adorar a um super-herói ou a uma super-heroína, que faz o que ela e nem outra pessoa comum consegue fazer.
E a Alma? Bem, a Alma, está entre o Espírito e o Corpo e pertence aos dois. A Alma liga o mundo espiritual ao material através do Corpo.
Ok, e onde se encaixa a questão das preocupações excessivas, estresse, transtorno de ansiedade e os impactos psicológicos da quarentena do Coronavírus?
Claro que o tema não é uma questão simples. Demanda de aprofundamento e treinamento transformacional, com aplicação de conhecimentos específicos, de técnicas apropriadas e exercícios práticos, a fim de tratar a verdadeira causa do problema e proporcionar equilíbrio do Espírito, da Alma e do Corpo proporcionando saúde mental, que reflete diretamente na saúde física. Já disse o filósofo romano Juvenal: “Mente sã, corpo são”.
A fim de diminuir os efeitos do confinamento, excesso de preocupações e transtorno de ansiedade em tempo da pandemia do Coronavírus, vão aí, SEIS DICAS VALIOSAS:
DICA 1: Cuide bem do seu corpo com algum tipo de exercício físico leve, alimentação saudável e durma o tempo necessário para o descanso e equilíbrio das funções do seu cérebro, o que contribui para a melhora da disposição física, mental e do humor.
DICA 2: Informe-se a respeito da pandemia Coronavírus somente o necessário e em poucos momentos do dia, ou seja, limite-se ao máximo o consumo dessas notícias. Não deixe a TV ligada por muito tempo em noticiários que ficam agitando a dor (repetindo e agravando os fatos) e se utilizando do sensacionalismo. A agitação da dor faz instalar o medo, o estresse e a ansiedade podendo chegar ao transtorno do pânico e depressão.
DICA 3: Desenvolva um projeto na quarentena. Qualquer que seja o seu propósito, é de grande importância realizar uma atividade com foco no que você gosta de fazer, como por exemplo, fazer um curso, escrever um artigo, realizar algum trabalho manual. O importante é ocupar o máximo do tempo com algo produtivo e que necessita do uso do intelecto. Planeje o início, o desenvolvimento e o fim para o seu projeto e comemore a conclusão dele. Vale lembrar que a nossa vida é dirigida pelos nossos pensamentos e pensar com intensidade neste projeto desviará os pensamentos sobre os efeitos da pandemia do Coronavírus o que traz tranquilidade.
DICA 4: Satisfaça a necessidade espiritual. De acordo com a sua crença busque satisfazer a necessidade humana pela busca do sagrado. Somente através da espiritualidade é que se pode compreender o fim da vida com a morte, que é a sentença maior do Coronavírus. As religiões que explicam a morte, normalmente amenizam a dor e as preocupações dos seus adeptos pelo fim da vida, quer seja, ocasionada de forma natural, quer seja por acidente ou por doença. No mês de março de 2020 as pesquisas no Google sobre o tópico “oração” atingiram o nível mais alto comparado aos últimos cinco anos, demonstrando a busca pelo alívio do estresse e da ansiedade. Aliás, a fé é a oposição do medo.
DICA 5: Ainda que à distância, procure manter contatos constantes com pessoas positivas e motivadoras, que saibam te escutar em momentos de fraquezas. Também é importante, quando possível, servir de motivador e bom ouvido aos que necessitam. É bom saber que estudos dizem que 80% das coisas com que nos preocupamos, ao final não acontecem.
DICA 6: Trace um plano de recompensa para você e sua família ao final da pandemia, como adquirir um bem, tirar umas férias, um passeio ou qualquer atividade que traga sensação de prazer ou de satisfação. Isso fará ativar a esperança e o sistema de recompensa do cérebro que processa o prazer e bem estar.
William James, filósofo e um dos pioneiros da “Psicologia Funcional norte-americana disse o seguinte: “O Senhor pode perdoar os nossos pecados, mas o nosso sistema nervoso jamais o faz”. Desta forma, todo cuidado é pouco também com a saúde mental.
Edenilton Salvador é advogado, palestrante e Trainer Comportamental há mais de 25 anos.